• segunda-feira, 2 de março de 2020


    Chase desligou o computador e suspirou. Reclinando-se em sua cadeira, o garoto ficou a fitar a tela negra enquanto mergulhava em seus pensamentos. Nuvens de dúvidas pairavam por sua cabeça. Enquanto ponderava se deveria ou não seguir com seus planos, seu cérebro desatento pareceu finalmente notar seu reflexo no monitor. Na tela negra ele viu um rosto cheio de dúvidas e, de certo modo, triste. Não gostando do que via, sorriu para si mesmo e disse:


    — É isso aí. — falou confiante — Vamos lá!

    Levantou-se num salto e tratou de se aprontar para o dia que viria. Começou arrumando o quarto. Esse era um cômodo pequeno com poucos móveis, apenas uma cama, uma mesa e guarda-roupa. Tal tarefa não demorou, afinal, o lugar estava em razoável ordem. Chase evitava deixar qualquer bagunça, alguns poderiam dizer que esta era uma característica herdada de seus pais, porém, isso estava mais ligado ao fato de morar quase que de favor e ele não queria dar mais trabalho às pessoas que tão gentilmente o acolheram. Continuando com sua rotina, trocou o pijama que usava por roupas mais casuais, um shorts azul leve e uma camisa cinza-escura, depois calçou um par de tênis preto com detalhes amarelos e penteou os cabelos negros. Após se arrumar, conferiu-se no espelho. Mas rapidamente notou que faltava algo, seu colar.

    Prontamente se pôs a procurá-lo, porém ao perceber que não estava onde se lembrava de telo colocado, na mesa do computador. Chase passou seus olhos pelo cômodo, utilizando de uma visão panorâmica para encontrar o objeto. Logo o avistou sobre sua cama: uma moeda velha, já não usada a bastante tempo em Kanto, amarrada por um fio de barbante comum.

    — Ah, aí está — exclamou — como foi parar aí? — perguntou o garoto, se aproximando do colar.

    Como que se para responder sua pergunta, o objeto repentinamente começou a levitar. Chase não se assustou com o fenômeno, afinal, já era algo de certa forma rotineiro.  Flutuando no ar, o colar começou a ir em direção à Chase, que o pegou quando estava próximo o suficiente.

    — Eu deveria saber — disse, rindo.

    Do mesmo ponto no ar donde o garoto pegou o objeto, uma figura redonda negra começou a se formar, liberando um fino gás roxo. Dois grandes olhos então se abriram, seguidos de uma boca com dois pequenos dentes pontudos a mostra. A aparência do ser então se tornou mais nítida, tratava-se de um Pokémon famoso por travessuras e brincadeiras, um Gastly.



    O fantasma se aproximou e lambeu o rosto do garoto com sua enorme língua, lhe causando calafrios. Após isso, o Pokémon começou a ficar translúcido, desaparecendo aos poucos até que restasse apenas sua boca, com um grande sorriso no rosto, mas que logo desapareceu também.

    — Bom dia pra você também.

    Terminando todo o ritual matinal, Chase saiu do quarto, entrando em um corredor apertado com outras quatro portas por sua extensão. O garoto ignorou esses caminhos e foi até as escadas que conectavam com o andar inferior. Ele desceu os degraus e chegou até a sala de estar, um grande e confortável cômodo com sofás verdes e uma grande televisão, em que passava o noticiário.

    “Meses depois do desaparecimento de seu líder, a Equipe Rocket parece ter realmente voltado à ativa como alguns rumores já apontavam. Nos even-”

    “Furacão de fogo!” subitamente o canal foi mudado e agora passava um desenho infantil.

    — Bom dia, Chase. — cumprimentou uma voz feminina.
        
    Olhando para a direção de onde viera a voz, o garoto viu uma jovem atrás de um balcão que separava a sala da cozinha. A mulher que deveria ter pouco mais de vinte anos tinha longos cabelos castanhos, pele clara e belos olhos verdes, além de um sorriso simpático no rosto. Em uma mão segurava o controle da televisão e na outra balançava um envelope.

    — Advinha o que acabou de chegar para você? — falou ela.

    Os olhos negros do garoto brilharam. Apesar de todas as dúvidas, ao saber que sua encomenda havia chegado, apenas o puro e simples desejo de viajar em uma aventura tomou conta de seu corpo.

    — É sério?! Deixe-me ver! — ele andou a passos largos até a mulher. — e a propósito, bom dia, Daisy.

    Recebendo o envelope em mãos, Chase ficou a fitar o papel por alguns segundos.

    Chase Oliver
    Pallet
    Rua Gaspar Cheshire, 9200104-221

    Além do nome e endereço do destinatário, havia apenas o símbolo da Associação Pokémon. Por fim engoliu em seco e abriu o envelope. A Associação não poderia ser mais direta, dentro só havia um cartão. Tratava-se de um documento de identificação verde com alguns dados e uma pequena foto do jovem.

    — “Licença de Treinador Pokémon Provisória” — leu sorridente. Mesmo que não quisesse partir em uma jornada pelos mesmos motivos que quando mais novo, tal possibilidade despertava esses sentimentos que quase toda criança e jovem de Kanto têm — Pode ser apenas provisória, mas já uma grande conquista, não? — disse para Daisy.

    — Claro, fico muito feliz por você.  — concordou com um sorriso. — Ah, mas você precisa de um Pokémon para sair em uma jornada, não é? Podemos ver com o vovô se ele tem algum sobrando — enquanto conversava, a jovem pegou um pote de doce de leite de um dos armários da cozinha. — Tenho certeza que ele prepararia um ótimo parceiro para você, inclusive tem dois novos Pokémon que chegaram que parecem ser especiais.

    — Eu irei lá depois, mas acho que não vou pegar um Pokémon. É que eu já tenho um, em mente, pelo menos.

    — Oh, sério? Eu não sabia. É dos seus pais por acaso? — ela pegou uma faca e começou a passar o doce sobre algumas fatias de pães que retirou de um saco que já estava sobre a bancada.

    — Hum... Mais ou menos. É aquele Gastly no meu quarto, mas eu não o capturei ainda, então vou precisar de uma pokébola. Por isso, você poderia me vender uma?... — o jovem estava um tanto quanto envergonhado por ter que depender de sua família adotiva.

    Que vender o quê?! É claro que eu vou dar quantas pokébolas meu irmãozinho precisar, e quando for capturar, eu posso te emprestar um Pokémon também.

    — Obrigado, Dayse. Algum dia eu retribuo o favor.

    — Não liga para isso, Chase. Mas vem cá, esse Gastly que você fala... Não era invenção?

    O jovem de repente ficou um pouco estressado, já que não importava o que dissesse, pareciam não acreditar nele.

    — Eu já disse que ele existe, só não aparece com vocês por perto porque ele é tímido. De qualquer jeito, acho que nem vou batalhar com ele, digo, nos já temos uma relação bastante amigável um com o outro.

    — Que legal Chase. Mas se ele não exis-, quer dizer, se ele não quiser ir com você, não hesite em me pedir um Pokémon — a jovem, após terminar dois sanduíches, entregou um prato com um destes para o mais novo — Aqui.

    — Obrigado. — o garoto recebeu o prato e foi em direção a mesa da cozinha, um pequeno móvel marrom cercado por quatro cadeiras, uma de cada lado. À mesa, serviu-se do café e do leite que já estavam sobre esta. — É muito bom, né, Daisy? — disse, após a primeira mordida

    — Mas é claro que está bom, afinal, eu que fiz, e com muito carinho — respondeu a jovem, orgulhosa.

    — Na verdade eu estava me referindo ao doce, você só passou no pão, não é muito mérito... Quer dizer, ficou excelente, Daisy — o garoto deu outra mordida apressado. — da pra fentir o carinho! — falou, com a boca cheia.

    A garota sentou-se à mesa enquanto suspirava.

    — Mas me diga, quando você vai? — perguntou, logo provando o sanduíche.

    — Acho que amanhã de manhã...

    — Já?! — irrompeu a garota, quase se engasgando. Mas após uma pequena crise de tosse, já estava melhor, para aliviou dos dois.

    — A licença é provisória mesmo, eu tenho só uma semana até o teste para conseguir a permanente — Daisy parecia prestes a dizer algo, mas Chase logo concluiu: — E o exame vai ser em Pewter, já que o novo líder de ginásio de Viridian não foi decidido ainda.

    — Sério?! Ô lugarzinho para dar problema esse ginásio, viu? — disse Daisy, indignada. — Mas já que esse é o caso, é bom ir andando mesmo, quanto mais longe tiver que ir, mais imprevistos vão acontecer, e eu digo por experiência própria.

    Chase sorriu com o comentário da jovem. Sentiria saudade de conversar com ela. Na verdade, ao pensar nisso, percebera que não havia tido contato com muitas pessoas desde o incidente com seus pais. Realmente, era grato pelas pessoas que ficaram ao seu lado, pois agora que se lembrava de como agira na época que estava mais abalado não podia deixar de sentir vergonha.

    — Lembre-se de ficar calmo — disse Daisy, despertando Chase de seus devaneios.

    — Ahn? Como?

    — Durante o teste para conseguir a licença permanente, não fique muito nervoso. Só por que o vovô conseguiu essa chance super rara de pular a Escola de Treinadores e você terá que se provar na frente de um líder de ginásio não é motivo para ficar nervoso, né? — a garota esperou alguns segundos para concluir, rindo — Brincadeirinha!

    — Pois é, não posso ficar muito nervoso, hehehe — riu um pouco desconfortável.

    — Olha, vai dar tudo certo, eu tenho certeza que até chegar no ginásio você vai ter se tornado um excelente treinador. Não tem jeito, afinal, você mora com a família Carvalho.

    O garoto riu fracamente.

    Mas não sou um Carvalho.

    ***

    O clima em Pallet estava agradável para uma caminhada. Chase andava pelas ruas pequenas da cidade observando-a em detalhes, alguns aos quais nunca antes havia percebido. As casas eram em sua maioria construídas com dois andares e quintais sempre cheio de plantas, o que resultava em uma grande presença do verde na paisagem. Enquanto percorria o caminho, Daisy, que fazia companhia à Chase, fazia perguntas referentes ao que o garoto planejava fazer durante sua jornada, mas este sabia tanto quanto ela.

    — Quais Pokémon vou usar? Também não pensei nisso. Os que gostarem de mim, eu acho.

    A jovem estranhou a resposta indiferente do garoto.

    — Nossa, quando sai na minha jornada já tinha tudo planejado. Apesar de que nem tudo saiu como esperava...

    — É que eu nem tenho a licença permanente, então... Como posso disser? “Uma coisa de cada vez”?

    — Ah, esse é um bom pensamento.

    Logo chegaram a uma construção que se destacava entre o padrão das outras casas, com paredes brancas, dois andares, poucas janelas e portas duplas de vidro. Entrando no prédio, depararam-se com um ambiente limpo, mas um tanto quanto bagunçado, com mesas cheias de equipamentos e aparatos em cima destas, além de homens e mulheres trajando jalecos que corriam de lá para cá, trabalhando em seus projetos.

    Do fundo do laboratório, um senhor de meia-idade concentrava-se totalmente em seu computador, o homem tinha uma rosto quadrado e uma expressão severa, seus olhos eram pretos e seu cabelo continha poucos fios que permaneciam marrons, sendo praticamente grisalho.

    — Interessante — disse para si mesmo, ao analisar o gráfico que aparecia no monitor.

    O homem começou a escrever um e-mail em resposta, mas ao ouvir a porta principal do laboratório, levantou os olhos da tela, vendo Daisy e Chase. Um sorriso involuntário surgiu em seu rosto e o homem logo largou o que estava fazendo e se apressou em ir falar com os dois, que também logo o viram.

    — Oi, vovô — disse a mais velha, sorridente.

    — Olá, professor Carvalho! — disse o garoto, tão amigável quanto sua companheira, afinal, aquele homem de cabelos grisalho e grossas sobrancelhas na sua frente, além de recebê-lo em sua casa, o recomendou para conseguir a licença provisória.

    — Olá. — respondeu para os dois — já sabe dos pokémons que chegaram? — perguntou, direcionando-se para Chase.

    — Sim, a Daisy me contou, mas adivinha o que chegou hoje mais cedo? — e retirou a licença de treinador do bolso de sua calça, entregando-a ao Professor.

    — Que boa notícia, Chase, fico feliz que finalmente vai conseguir sair em sua jornada — disse o senhor ao perceber do que se tratava.

    — Graças ao professor. Muito obrigado, nunca poderei retribuir tudo que o senhor fez por mim.

    — Ah, para com isso, eu só fiz o que qualquer um faria — disse o homem, um pouco envergonhado — De qualquer jeito, eu o recomendei para conseguir a licença provisória porque tenho certeza de que você tem todo o conhecimento que se aprenderia na escola de treinadores e um pouco mais. Afinal, você observa pesquisadores trabalharem desde bem pequeno, não?

    — Bom, mas não sou tão inteligente quando o professor acha.

    — Ah, não seja modesto — disse Daisy, bagunçando o cabelo do garoto.

    Apesar das palavras do professor, quando na escola, Chase não fora um aluno especialmente brilhante, pelo contrário. Desse modo, os elogios do professor só o deixavam mais constrangido.

    — Deixando esse assunto de lado, vamos ver os pokémons? — o professor perguntou novamente, reavendo o assunto anterior.

    — Sim, vamos.

    Subindo um lance de escadas de trás de uma prateleira, o trio chegou ao segundo andar da residência. Era uma grande sala com aparelhos que realmente pareciam mais sofisticados do que os do andar abaixo. Em um canto do cômodo, também existia um espaço destinado a Pokémon, um área quadrada cercada por uma cerca pequena, dando no joelho dos pesquisadores. Aquela área estava destinada a Pokémon recém nascidos, que não era o caso dos dois que agora a ocupavam, estes poderiam facilmente escapar com um pulo e foi isso que haviam feito. Dois pokémons corriam alegremente por todo o laboratório. Um destes tinha pelos marrons, grandes orelhas e um rabo que lembrava a ponta de um pincel, um Eevee. Já o outro era um roedor amarelo com tamanho semelhante e também com orelhas grandes, mas seu rabo possuía o formato de raio característico de sua espécie, um Pikachu.



    — Pikaaaa! — grunhia o Pokémon amarelo.

    — Épaiii! — respondia o companheiro.

    Ambos, ao notarem a aproximação dos humanos começaram a correr em sua direção. Pareciam se divertir enquanto corriam em volta dos humanos. Porém, a diversão foi logo interrompida, pois ambos foram repentinamente apanhados pelas mãos firmes do professor. O homem rapidamente tratou de deixar os pokémons novamente dentro do cercado, antes que estes pudessem reagir.

    — Não baguncem esta sala, por favor — repreendeu o professor, parecendo um pouco cansado — logo poderão brincar junto com os outros pokémons.

    — São esses? — perguntou Chase. Ele tentava encontrar com os olhos alguma diferença notável para com outros das mesmas espécies que já havia visto. — a olho nu parecem normais para mim.

    — Sim, chegaram sábado. E é como você diz, a olho nu parecem comuns, mas em algumas análises descobri coisas interessantes. Por exemplo, quando comparei com outros da mesma espécie, descobri que ambos possuem status levemente maiores que a maioria. E quando fui investigar sua genética mais a fundo, o resultado que acabei de receber mostra que o DNA deles possui genes perfeitos em relação à velocidade, ataque, defesa, etc.

    — Isso é realmente curioso, a chance disso acontecer na natureza é quase nula, e ainda que existam algumas pessoas que cruzam pokémons para obter alguns com as melhores genéticas para batalhas, nunca conseguem um tão completo — disse Daisy.

    — Se algo assim é tão raro, é seguro afirmar que esses Pokémon não são normais. Onde os conseguiu, professor?

    — É... Bem, é meio que segredo, sabe?

    — Eu compreendo — disse Chase. Realmente estava curioso, mas cada um tem seu segredo, ele mesmo não contava para ninguém o porquê de realmente sair em uma jornada, então não poderia cobrar das outras pessoas.

    — Mas voltando ao assunto, o potencial desses pokémon é incrível.

    — E você quer ver até onde eles conseguem chegar, por isso estava pensando em dá-los a treinadores, não é? — disse Daisy, vestindo um jaleco branco que pegara de outras tantas peças de roupa parecidas penduradas em ganchos de parede ao lado da entrada.

    — Sim, no entanto tenho que conduzir mais algumas pesquisas, mas assim que terminar, eu gostaria de entregar algum deles para você — disse, se dirigindo a Chase.

    — Eu disse — sussurrou a jovem no ouvido do garoto.

    — M-mas professor, esses Pokémon não são muito especiais?! Não acho que sou uma boa opção para isso.

    — Oras, você é da família praticamente, tem interesse na pesquisa e precisa de um Pokémon para iniciar sua jornada, não é?

    — Na verdade, Chase já tem um pokémon — falou a jovem, enquanto observava atentamente uma prancheta que havia pegado sobre uma das mesas.

    — Sério? — O professor se surpreendeu. Não via o garoto com um Pokémon desde a morte de seus pais — E que Pokémon seria esse?

    — Um Gastly — respondeu o próprio jovem
    .
    — Aquele que você diz que mora no seu quarto? Achei que fosse inve- — Daisy deu uma cotovelada no professor, interrompendo sua fala. — Quero dizer, mesmo que você tenha um Pokémon, não vejo problema em me ajudar com isso.

    — Mas o professor tem mais pesquisas para realizar e eu irei partir amanhã...

    — Tão cedo?! — o professor novamente estava surpreso. Durante muito tempo, Chase não demonstrara muito ânimo em sair numa jornada, mas recentemente, o garoto parecia bastante ansioso em pôr o pé na estrada — Já que você logo estará indo, eu posso transferir algum deles depois que finalizar minha pesquisa.

    — Nesse caso, muito obrigado, professor! — agradeceu.

    — Não há de que, porém, não pense que vai ser moleza, quero receber relatórios toda semana e terá que sempre me manter atualizado — disse, tentando parecer rigoroso.

    — Pode deixar — respondeu, com um sorriso.

    Daisy se aproximou do garoto e colocou as mãos nos ombros deste.

    — E qual Pokémon você vai escolher? — perguntou ao mais novo.

    — Ahn? Eu... Qualquer um está de bom...

    — Nada disso! Diga qual você mais gosta, para ficar reservado. Não é, vovô?! — insistiu a jovem.

    — É... — o velho respondeu meio incerto.

    O garoto virou-se para os Pokémon. Chase não se sentia muito a vontade em ter que escolher, na verdade, se sentia abusando da boa vontade do professor. Entretanto, colocou esses pensamentos de lado e analisou suas opções. Ambos eram Pokémon famosos, queridos por todos em Kanto, apesar disso, Chase não mantinha um gosto maior por nenhum dos dois.

    — Qualquer um está mais que bom, professor. Não tenho preferencia mesmo.

    — Entendo, então deixemos essa escolha para depois — disse o Professor.

    — Agora, eu vou arrumar minhas coisas para partir amanhã, eu só vim avisar o professor mesmo.

    — Tudo bem então, mas passe aqui amanhã quando estiver partindo, irei  separar alguns itens básicos para você.

    — Sim, senhor, eu venho. Até mais!

    ***

    Não demorou muito para escolher as peças de roupas e itens de higiene que levaria em sua viagem. Em sua mochila preta e branca com detalhes azuis, deixou um pouco de espaço para itens que ele planejava comprar em Veridian. Itens esses que não eram vendidos em Pallet.

    Ainda sendo o inicio da tarde, passou a maior parte do resto do dia vendo dicas para treinadores na internet, saindo do quarto poucos vezes, apenas para comer e usar o banheiro. Assim que terminou de assistir um vídeo que ensinava como capturar um Pokémon, que lhe pareceu muito confuso, outro vídeo começou a passar, através da reprodução automática. Era um vídeo de notícias, que mostrava a operação realizada na cidade de Cerulean, onde um esconderijo secreto foi descoberto e invadido pelo Campeão da Liga, Red.

    Logo após assistir esse vídeo, Chase se assustou ao olhar o horário e perceber o quão tarde era, então tratou de desligar o computador, se arrumando para dormir em sequência. Apesar da ansiedade de sair em uma jornada, o sono logo veio e o garoto não tardou a adormecer. Naquela noite ele teve curto sonho, e como de costume, este se tratava basicamente de suas lembranças.

    — Pai! Mãe! — ele gritava aos prantos enquanto contemplava com seus olhos cheios de lágrimas uma antes grande mansão que agora não passava de um monte de escombros ardendo em chamas.

    { 13 comentários... read them below or Comment }

    1. Oi Alefin! Desculpa a demora pra ler seu capítulo. Ultimamente as coisas estão muito corridas por aqui com o final do período da faculdade.
      Nossa, gostei muito dessa aprimorada que você deu no capítulo. Tudo foi narrado de uma maneira bem mais fluída e conseguiu manter um clima nostálgico e agradável de começo de jornada. O Chase me parece um garoto muito gentil e ao mesmo tempo carregado de traumas pelo que acontecera com ele no passado. O fato de ter convivido com os Carvalhos por anos e ainda não se sentir parte da família me faz pensar que a jornada dele, apesar de já ter um objetivo ainda não revelado, talvez seja também uma jornada de um garoto que busca encontrar novamente um lugar no qual se sinta novamente em casa. Sabe que eu senti muito de você no Chase? Acho que conforme essa história for avançando você e ele crescerão juntos e isso vai ser muito legal de se ver.
      EU QUERO O EEVEE E O PIKACHU fodase. Agora to curiosíssima pra saber qual dos dois será o do Chase: a raposa pistola ou o rato preguiçoso XD. Gostei muito dos personagens apresentados, principalmente a Daisy, pois eles parecem ser pessoas muito boas e que gostam muito do menino. Espero que eles apareçam mais vezes depois que ele sair em jornada. Falando nisso, ter esse capítulo introdutório foi muito bom para conhecermos um pouco da personalidade do Chase antes dele meter o pé na estrada, tudo com calma e sem correria, até combinando com o clima de Pallet.
      Gostei muito do capítulo Alefin. Estou ansiosa pelo próximo e pela cara nova que você dará à região de Kanto. Tenho grandes expectativas no seu trabalho.
      Abraços!

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      1. Olá, Carol!

        Bom, primeiro só gostaria de ressaltar que você pode ler no seu tempo sem stress, leia se divertindo.

        Estava um tanto receoso de ser um começo chato, mas até que fez jus a Pallet.
        Olha, o planejado é que o Chase evolua ao longo do tempo, ele ainda é um garoto que tá meio confuso, mas vamos ver o que o futuro lhe reserva.
        Pois é, o Chase tem bastante de mim. E como você disse, não apenas ele, mas eu também crescerei e aprenderei muito ao longo dessa nossa jornada e estou ansioso por isso.
        Esse pessoal ainda dará as caras, pode ficar tranquila.

        E como não peguei o jeito de responder comentários ainda, finalizo por aqui mesmo.
        No geral, agradeço sua lida e visita, até o próximo capítulo!

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    2. Alefuuuuuuuuuu

      Finalmente cheguei depois de muito tempo, mas é o que disse não é mesmo? Antes mais tarde do que nunca kkkkk. Eu já tinha lido o capítulo quando me enviou, mas quando postou no blog acabei por reler para refrescar a minha memoria e deixe me disse que a minha opinião sobre capítulo não mudou me ada. Simplesmente incrível.

      A narração da sua história é muito fluida e não vejo o tempo passar, é realmente legal e cada momento que eu estava chegando próximo fim, ficava um pouco triste em saber que o menino vai demorar mais uns cinco anos para escrever o próximo capítulo (brincadeirinha ~rs). Já falei sobre os diálogos? Se não, vou falar. Se já, vou falar novamente. ELES SÃO MARAVILHOSOS MEU ARCEUUUUUUS.

      Os diálogos entre os personagens demonstram claramente as suas personalidades e fazem parecerem reais, completamente longe do artificial (coisa que tenho de treinar muito para melhorar, mas que você já mostra maestria em fazer), a timidez e inteligência do Chase, a confiança de irmã mais velha da Daisy e da sabedoria do Prof. Oak, puts… perfeito.

      E que segredo é esse do Prof. Oak, em? Hmmm…. Estou curioso.

      Mas estou mais curioso ainda em saber qual dos dois o nosso protagonista irá pegar e todo o seu passado que parece ser bem obscuro claramente relacionado com os seus pais. Será que o Gastly é o pai ou a mãe do Chase?! (Meu deus as teorias KKKKKKKK). Estou ansioso pelo próximo capitulo, simplesmente por trazer uma cara diferente para Kanto, chega de Red, Blue e Green, vamos trazer os novos protagonistas e mostrar o quanto carismáticos eles também podem ser. Assim como a Carol, tenho grandes expectativas no seu trabalho e sei que você vai fazer o impossível para nós trazer uma ótima história.

      Chase chegou a pouco na Neo Aliança e já tem um lugar no meu coração, espero ver o crescimento do meu garotinho ~rs

      Até a próxima!!

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      1. Oiii

        Olha, muito obrigado pelo comentário e desculpa a demora pra responder.
        Bem, agradeço os elogios, por que sacomé, primeira vez postando dá um nervoso, mas se você diz que gostou, e acho que você escrve muito bem, me deixa mais tranquilo.

        Espero que essa nova gurizada seja carismática também, mas para aqueles que gostam dos antigos, eles vão dá as caras também.

        No mais espero não decepcioná-lo e até o próximo capítulo!

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    3. Hello Alefin, faz tempo que não comento nada então perdi o jeito, mas vamos tentar comentar mesmo assim.

      Uma das `daisy` do capítulo está escrito como `dayse`, cuidado com esses errinhos!

      Eu senti uma referencia ao super onze no começo do capítulo hehehe
      gostei da brincadeira do gastly ser supostamente invenção do Chase, ficou divertida a ceninha do professor kkkkk

      meu deus um pikachu bombado nos stats (mas ainda é só um pikachu, não cai nessa não chase o professor quer te meter numa fria) trololo

      Opa finzinho revelando fragmentos do passado, agora fiquei curioso, quero ver mais sobre o garoto.

      Acho que era isso Aleifo
      vou terminar o comentário por aqui.

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      1. Oiii Anan

        É um prazer ter você por aqui, cara.
        Então, eu devo ter escrito umas 100 variações de Daisy enquanto escrevia o capítulo, mas parece que algumas ainda conseguiram passar pela revisão. Obrigado pelo toque, a segurança será reforçada!

        O professor tentando passar uns Pokémon diferenciado kkkkkkkkk

        Bom, também não tenho muito a manha de responder comentários então é isso mesmo. Obrigado pela preferência e até o próximo capítulo!

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    4. Alô Alefu! Tudo bem?

      Diferente do Prólogo, esse capítulo foi mais tranquilo, mas ainda sim muito interessante e me deixou imerso pra caramba! Fiquei curioso pra saber mais sobre a história do Chase e qual a missão de vida como treinador que ele tem em mente.

      E esse Gastly ai? Incrível demais! Mesmo que não tenha mostrado muito, dá pra saber o quão os dois são próximos, quero ver onde isso vai levá-los!

      E agora o mistério do Pokémon inicial, tenho minhas apostas já!

      Enfim, gostei muito do capítulo, te vejo no próximo!

      Beijão e abraços!

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      1. Fala, meu amigo!

        Então, esse capítulo foi tão tranquilo que eu fiquei com medo de que fosse chata, mas bem, fico feliz que pode despertar um pouco o interesse.

        Como você pode ver pela minha imagem de perfil aqui, eu gosto um pouco da linha evolutiva do gastly, então eu espero que ele continue a agradar. E realmente, Chase é bem ligado ao fantasma, melhor amigo dele, se posso dizer assim.

        Vamos ver se sua aposta vai estar correta :pepe:

        Te vejo no próximo capítulo então!

        Beijo do Alefu!

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    5. CARA, QUE PROTAGONISTA MAIS FOFO!

      Sérião, eu adotaria o Chase sem pensar suas vezes, todo corretinho, educado, humilde, e provavelmente com um passado tão triste :(

      Adorei esse clima de capítulo 1, com apresentações, com mistérios e sensação de QUELO MAIS. Senti essa pegada de Pokémon Yellow e Pokémon LEts Go com os iniciais sendo Eevee e Pikachu.
      Eu adorei também o fato de ninguém acreditar no Gastly do Chase, faz até o leitor questionar se é verdade ou não ahsuasuhahus

      Estou ansiosa para os próximos capítulos e ver qual será o parceiro do jovem Chase.
      Aliás, bom trabalho em trabalhar com a Daisy, acho uma personagem incrível, mas quase não a vejo

      See ya

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      1. OIIII

        Bom ver você por essas bandas!
        Fico feliz que você gostou do Chase :3
        Eu adoraria ter feito um capítulo 1 emocionante, épico, já estourando a boca do balão, mas não consegui fugir desse início mais tranquilo. Fico feliz que ele te agradou.

        Bom, creio que é isso. Ainda estou pegando o jeito de responder comentários, mas é sempre uma honra e um prazer.
        Até mais, Star! Vejo você por aí!

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    6. Dae Alefin, tudo bom contigo meu bom?

      Cá estamos para comentar esse primeiro capítulo com o tão falado Chase.

      Gostei dele, ele parece bem certinho e comportado tentando sempre não incomodar os outros, compreensível vendo que ele não "pertence" aquele lugar, ou pelo menos não sente pertencer.

      E teve esse Gastly, eu adoro esse mon, um dos meus favoritos de todas as gen, sempre dou um jeito que arranjar um Gengar nos joguinhos haushsuahaushs

      E temos uns mons diferenciados aí, mons perfeitos...suspeito...muito suspeito...TÃO FABRICANDO MON, ALO PULISA
      E coitado do Chase, ninguém acredita nos delírios dele, mlk já tá tiltando e com razão hauahauahaushaua

      Acho que é só isso, gostei do cap e desse climinha calminho de início de jornada, bem característico de Pallet.

      See Ya

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      1. Oiiiii Grovy

        Pois é, menino Chase se sente meio deslocado, esperemos que ele se encontre nessa jornada.
        E Gastly é muito bom, um dos meus favoritos com certeza. Agora eu que lute pra fazer ele evoluir pra Gengar.

        Tão usando Pkhex pra fazer Pokémon perfeito eita preula.
        E realmente, ninguém respeita o menino nessa cidade.

        Bom, obrigado por sua visita e espero vê-lo novamente. Até mais!

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    7. Bom dia Alefu, Chander aqui.
      Dessa vez, eu estou lendo a fanfic certa! HAUAHUAHAUAHAUHAUAHAUAHAUHAUAH
      MAN! Eu pouco lembro do prólogo, mas eu super curti esse capítulo e acho que houve um crescimento.

      Algo que gostei aqui, é que você dá pano de fundo, de uma maneira sorrateira, de modo que as pessoas mais sensíveis captem a tensão da coisa.

      Não sei se era a intenção, mas você trabalhou muito bem questões de adoção aqui. Eu estou no processo e fiquei muito emocionado com essa relação dos Carvalho com o Chase. E você caracterizou muito bem, um dos maiores dramas dos adotados tardiamente. Este sentimento de não pertencimento ao novo núcleo familiar, as vezes é o maior responsável por fugas, uso abusivo de droga, agressividade, depressão e é legal ver o Chase o tempo todo refurtando e fugindo do vínculo com esta família, mesmo que, ele seja imensamente grato a eles.

      A coisa do "possível amigo imaginário" deu uma ótima valorizada. Normalmente alguns escritores sempre dão um jeito de empurrar um pokemon roubado para um inicio de jornada, mas aqui, fazia total sentido. Até pq Pokemon fantasmas curtem atormentar almas e ao mesmo tempo são invisiveis. Logo, a família poderia super achar que a fantasia era um modo de lidar com o trauma.

      P-E-R-F-E-C-T

      EU só estou na torcida dele começar com o Eevee. Chega de Pikachu, gente. Desculpa.

      Já, já volto pelos próximos.
      Seja bem vindo ao Top 10 ^^

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